quarta-feira, 18 de julho de 2012

Mulheres ganham 30% a menos que os homens?

Corre de tempos em tempos uma lenda urbana de que empresas, "corporações" e empresários deliberadamente discriminam mulheres e pagam 30% a menos pelo mesmo trabalho feito por uma mulher do que pagam para um homem. 

     São pesquisas feitas por Universidades sérias, por sociólogos, antropólogos e economistas do trabalho, e o que impressiona é como estas pesquisas são aceitas pela imprensa mundial sem pestanejar. A pergunta que todos deveriam fazer é:  Por que as empresas pagariam 42% a mais para contratar um homem, quando uma mulher faria a mesma coisa por um preço bem menor? 
     Um salário de R$ 1.000 dividido por R$ 700 é igual 42% minha gente, muito mais chamativo do que R$ 700 dividido por R$ 1.000 - 1, que é menos 30%. Se quiserem propagar esta lenda urbana pelo menos usem a manchete mais chamativa, Homens ganham 42% a mais do que Mulheres. 
     Voltando à questão. Por que empresários gananciosos, ávidos de lucros e imbuídos de espírito animal, segundo estas mesmas economistas, contratariam só homens pagando 42% a mais? 
      Se existisse este tal espírito animal, administradores prefeririam ser rodeados somente de mulheres e não homens, evitando 42% de custos adicionais. Fico muito assustado quando vejo um Obama e um Congresso Brasileiro passarem leis baseados em pesquisas como estas que não tem nem pé nem cabeça. 

O que está de fato acontecendo? 
   Vejamos a profissão de taxista: mesma profissão, mesmas ruas, mesmas horas de trabalho, e de fato mulheres ganham 15% a menos do que homens. Isto porque mulheres preferem não fazer o período noturno com a bandeira 2 suplementar que varia de cidade em cidade.
     Engenheiras da Petrobras ganham menos do que seus companheiros, porque elas preferem não trabalhar nas plataformas marítimas, onde se ganha várias vantagens extras, em troca de ficar longe da família.
     Mulheres tendem a evitar posições de risco, homens solteiros são mais atirados e mais estressados, por sinal.
     Em contrapartida, mulheres vivem 9% mais do que homens o que por sinal aumenta o custo atuarial de se contratar uma mulher. Mulheres possuem várias vantagens trabalhistas devido à gravidez, meses onde ela recebe mas não trabalha. Isto aumenta o custo de se contratar uma mulher. Uma mulher que tenha de 3 a 4 filhos pode custar 9% a mais do que um homem, por meses trabalhado. Do ponto de vista econômico, o consumidor não está disposto a pagar 9% a mais pelos produtos da empresa X, só porque as funcionárias decidiram ter mais filhos do que as funcionárias de uma empresa chinesa. 
     Em 2007, a Academia de Administração americana publicou uma pesquisa de uma economista do trabalho, Francine Blau, onde ajustando por anos de estudo, cargo, raça, indústria e ocupação, mulheres ganhavam 91% do que ganhavam os homens. Ou seja, 9% a menos e não 30%. Empresas americanas pagam sim 10% a mais para contratar um homem do que uma mulher, porque assim evitam pagar maiores custos atuariais, custos com gravidez, creches obrigatórias e assim por diante.
     Portanto, acredito que o mercado ajusta o preço entre mulheres e homens segundo estas diferenças de custos, e não por machismo corporativo. Na realidade, os 9% de diferença de salários são custos adicionais impostos por leis, como adicional de periculosidade, adicional noturno, e assim por diante.
Por Stephen Kanitz

Fonte: Blog do Stephen Kanitz

Porque que o Brasil não cresce?


Quem no Brasil defende o empreendedor, o inventor, o criador, o arriscador, o investidor, o incubador, o produtor, o distribuidor, o administrador, o empresário?

     Dos 34 Partidos Políticos que o Brasil infelizmente possui, nenhum é de Direita, Liberal, Neoliberal, muito menos de Extrema Direita. A França, que é um país bem mais politizado e de esquerda do que o Brasil, tem seu partido de Extrema Direita, que ajuda o Partido de Direita a ser mais crível ou uma opção mais balanceada. Não que eu seja de direita, quem lê este blog sabe que eu não sou, mas não ter um partido que defenda o empreendedor, o inventor, o criador, o arriscador, o investidor, o incubador, o produtor, o distribuidor, o administrador, o candidato a empresário, que fale a sua língua, que entenda os seus anseios e riscos, que pense como eles, é sem dúvida uma preocupação.
      Nenhum Partido Político Brasileiro, nas comissões que preparam nossas leis, defende o empreendedor, o inventor, o criador, o arriscador, o investidor, o incubador, o produtor, o distribuidor, o administrador, o empresário. Nenhum aponta "esta medida vai reduzir a produção"  e nem estou falando em leis que irão aumentar a produção, estas sequer são discutidas. Nossa lei concede patente de 20 anos para um inventor, que efetivamente é reduzida para 10 anos devido o tempo necessário para criar a empresa e fazê-la crescer e desbancar a tecnologia anterior, que é sempre complicada.
      Mas sociólogos, filósofos e intelectuais que escrevem livros no Brasil têm a proteção até 70 anos depois da morte do autor, uma "patente" de quase 100 anos. Isto porque eles têm Partidos que os representam, e bem os seus interesses: Leis do Audiovisual, Leis de Incentivo à Cultura e assim por diante.
      Por isto, grandes empresários, grandes estatais, grandes multinacionais fazem rapidamente acordos com estes partidos de esquerda para se proteger. E, quem fica desprotegido no Brasil é o empreendedor, o inventor, o criador, o arriscador, o investidor, o incubador, o produtor, o distribuidor, o administrador e os candidatos a futuros empresários.
     Nossos intelectuais, nossos jornalistas, nossos escritores, nossos autores de telenovelas nunca defendem o empreendedor, o inventor, o criador, o arriscador, o investidor, o incubador, o produtor, o distribuidor, o administrador, o candidato a futuro empresário. São sempre retratados como gananciosos, movidos por espíritos animais, sacanas, mentirosos, em suma culpados. A nova onda agora, aqui e nos Estados Unidos, é acusá-los de serem os 1% da população que exploram os demais 99%, e que a melhor solução para eles é prestar concurso público e saírem de cena, o que muitos estão fazendo.
      Portanto, não é de se surpreender que o Brasil não cresce, nem crescerá. Não estou nem falando de termos um partido de Direita na situação, escolhendo Ministros que tenham sido na vida pública empreendedores, inventores, criadores, arriscadores, investidores, incubadores como Mitt Romney, produtores, distribuidores, administradores ou bem sucedidos empresários. Estou falando de partidos minoritários, de oposição, mas que pelo menos possam de tempos em tempos alertar sobre as inúmeras medidas que desestimulam os empreendedores, inventores, criadores, arriscadores, investidores, incubadores como Mitt Romney, produtores, distribuidores, administradores ou bem sucedidos empresários do Brasil.
Por Stephen Kanitz

Fonte: Blog do Stephen Kanitz

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Os búfalos e a liderança

O mercado está à procura de gestores que se preocupam com o sucesso de toda a equipe acima do seu próprio

  Sim, podemos aprender com os animais. Neste artigo quero apresentar o líder-búfalo.
  Conta-se que na América do Norte foram dizimadas manadas inteiras de búfalos pelos primeiros colonizadores que conseguiram entender a estrutura organizacional vigente nestas manadas. Nelas, o líder, que geralmente era um dos mais fortes, dirigia todo o grupo, que o seguia até as últimas conseqüências, sem questionamentos, sem espaço para os "rebeldes", sem discussão ou longas reuniões estratégicas. Animais tão fortes, tão grandes, mas sem nenhum senso individual de direção. O que o líder decidia estava decidido e pronto. Por isso foi tão fácil eliminá-los. Bastava matar o líder da manada que os outros búfalos ficavam sem direção, sem caminho a seguir, absolutamente perdidos.
   No mundo corporativo, ainda observamos muitos líderes-búfalos. Líderes que não compartilham a visão, líderes que galgaram altos postos por serem "brutamontes profissionais", passando por cima de tudo e de todos para alcançar seus objetivos, líderes que, utilizando o poder ao invés da autoridade, fazem as pessoas o seguirem. Converse com pessoas que participam das equipes lideradas pelos búfalos e pergunte sobre a visão que as move, sobre as perspectivas estratégicas norteadoras de seu trabalho e você verá que elas simplesmente não têm estas informações. Elas são obrigadas a seguirem seu líder para onde ele for, sem questionamentos, sem sugestões de novos caminhos.
   Para identificar líderes-búfalos é muito fácil, converse com alguns gestores e pergunte-lhes sobre seu último período de férias. Certamente eles lhe dirão que há muito tempo não sabem o que são umas boas férias, até porque se saírem em férias as coisas na empresa não funcionarão, ninguém saberá o que fazer, as pessoas ficarão perdidas. Pergunte-lhes também sobre quanto tempo passam com suas famílias e certamente lhe dirão que muito pouco, pois trabalham o dia todo para que as "engrenagens funcionem perfeitamente". Para confirmar sua suspeita, sugiro que você questione o líder sobre a preparação dos novos líderes, sobre quem na equipe está sendo formado para ocupar a liderança, caso este líder resolva sair da empresa. Há uma grande possibilidade de que a resposta seja simples e direta, ou seja, ninguém. Esta é mais uma característica do líder-búfalo, ele se julga indispensável para o bom funcionamento da empresa ou do seu setor e por isso ele não treina outros, não promove capacitação, não ajuda pessoas a crescerem, não desafia seus liderados, não dá liberdade para que façam do seu jeito, acha que se as coisas devem sair a contento, ele, o grande líder, deverá fazê-las pessoalmente.
   Outra característica interessante dos búfalos é que apesar de seu tamanho, de sua força e de sua "cara de mal" são facilmente domesticados. Aceitam o jogo imposto pelos seres humanos sem reclamar. Quantos líderes são subjugados pelos seus gestores, aceitando tudo que lhes é imposto sem questionamentos.
   Há muito tempo o mercado buscava líderes-búfalo, procurava pessoas que deixando sua família, seus sentimentos e sua individualidade, pudessem levar adiante os objetivos da empresa, lutando e derrubando tudo à sua frente. Líderes que faziam o que era necessário sem questionar, que obrigavam os liderados a segui-lo, ainda que não soubessem para onde estavam indo.
   Quero lhe contar um segredo, os paradigmas mudaram, a história da liderança mudou e as vagas para líderes-búfalo estão diminuindo a cada dia. As empresas perceberam que precisam mais que profissionais búfalos ou tratores nos seus quadros, necessitam de pessoas que acreditem em valores e no ser humano, de profissionais críticos que possam apresentar novas visões para os problemas do dia-a-dia.
   O mercado está à caça de gestores que se preocupam com o sucesso de toda a equipe, acima do seu próprio sucesso; líderes que compartilham a missão e visão da instituição; que respeitam a individualidade e o senso crítico de seus liderados. As empresas buscam cada vez mais líderes-servos, ou seja, pessoas que apresentam uma enorme força de vontade aliada à incrível capacidade de humildade. Líderes que entenderam as diferenças entre autoridade e poder. E neste mercado, os profissionais-búfalos que não atualizarem suas práticas de gestão sofrerão as conseqüências advindas da extinção da espécie.
Por Márcio Roberto Bueno de Camargo
Fonte: CFA